09 February, 2011

partir e deixar

As manhãs antigas passadas no rio são aquilo que me faz mais falta. O sol ainda não nasceu. Há uma calma na água e no vento que está prestes a desaparecer assim que o sol nasce. O ar frio bate-nos na pele e parece que o ar nunca foi tão limpo como ali naquele lugar e naquela altura. Se houver nebelina então é esse o sítio onde quero estar agora.
Aqui nesta cidade tóxica, sinto-me a sufocar. Não fosse a necessidade de me rodear das pessoas que gosto já tinha deixado este lugar. Tinha partido. Não teria levado nada. Alguma roupa apenas. Nem os livros, nem as fotografias, nem as coisas mais banais do dia-a-dia. Escolhia começar do zero. Começar limpa e leve. Sem nada. Sem ninguém. Sem saudade.

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